quinta-feira, 13 de agosto de 2009


Sonhos substanciais
A insegurança feito quina de mesa
Copos caem e não agradam
Uma só chance (a decepção é rala)
Agarra e evacua feito ralo.
O engodo da vida nos permite conclusões
E por entrelinhas abertas
Fazer da monótona conturbação
Um momento bom.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Lança-te ao mar


Navegávamos ao leste
No horizonte a lua lançava sua imagem
Estávamos sentados, quando vimos
Brilhos e coelhos ao lamentar o fim de um copo de rum
- Ouça o som! Ela disse
O som do quebrar das ondas no casco
Aleatórias, mais ainda ondas.
- Ouça o som...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Se eu pudesse conversar com você por apenas um dia, tenho certeza de que minha vida seria mais compreendida por mim mesmo, mais os sonhos impossíveis temos que guardar como fósforos na caixa.
Hoje acordei com vontade de escrever para o mestre Caeiro, um desabafo de um incompreendido com sua sutileza e realidade das "cousas".

Não sou um guardador de rebanhos
Pois meus pensamentos estão à flor da pele
Os sentidos em tudo vejo
E quero sempre mais
Mais cores, mais tato.
Isso faz de mim seu inimigo ou seu discípulo?
Veja à que convém
Contigo aprendi a ser só como ninguém.
Ser só não é só estar só
É estar cinza, a par das coisas...
Mesmo o vento, mesmo a chuva, mesmo as árvores que são apenas árvores.
Forçamos ver coisas demais quando nada se tem, ou não parece complicado o bastate.
E quando se tem?
 Nada é homogêneo o bastante para ser só aquilo que se vê
Temos um equilíbrio entre a metafísica e a simplicidade das coisas.
Um cão pode parecer uma tigela de frutas
Ou quem sabe um monte de areia branca e fina.
Pensai no que tiver de pensar e veremos as coisas como são quando tiver de ser assim
Sejam elas compostas ou não.